Retidão: limpa como uma paisagem alpina!

Hoje, indo para uma das sedes de nosso Movimento, vi ao longe uma pessoa sentada num caminhão, a qual estava com uma roupa de uma cor tão pouco cuidada que fiquei espantado.

Na realidade, seu traje era um pano imundo. Não sei há quanto tempo a pessoa não o lavava; e ela parecia sentir-se, dentro daquela sujeira, perfeitamente bem. Veio-me então à cabeça o seguinte pensamento: “Se esse homem lavasse sua roupa, ela ainda seria aproveitável?” E imaginei o aguaceiro imundo que sairia dela. Depois pensei com os meus botões: “Se fosse lavada uma vez, ter-se-ia que passar para outra pia, porque a primeira deveria ser lavada só porque nela foi lavada aquela roupa. Mas, se, de tanto lavar, o traje acabasse ficando inteiramente limpo, eu me pergunto se aquela pessoa, vestindo-o, não sentiria um bem-estar diferente desse bem-estar de deboche, de sujeira e de desordem que ela está sentindo agora”. E cheguei à conclusão: sentiria.

Depois veio ao meu espírito esta ideia: “Assim é a alma que chegou a se lavar inteira, porque viu totalmente a sua sujeira e não se contentou enquanto não se lavou por completo”. A alma, quando se lava a si própria e tem a sua túnica limpa, sente um bem-estar que nenhuma outra forma de conforto dá. Por causa disso, se um homem nesta Terra quer a verdadeira felicidade, deve ir à busca da retidão. Porque não há nada comparável ao bem-estar interior que a retidão proporciona.

Portanto, se alguém quer levar uma vida agradável e depois ir para Céu, seja reto! Vai ser duro, mas magnífico, porque ele se sentirá mais ou menos como quem escalou montanhas vertiginosas e vê depois panoramas extraordinários. Embaixo pode haver até poeira levantada pelo vento, mas na altura em que ele está o pó não chega; tudo ali está limpo.

Ainda há pouco eu estava vendo uma paisagem alpina. Que limpeza! A alma de um santo seria dessa maneira. É esta felicidade que cada um deveria desejar para si.

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 18/11/1978)

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